A voracidade imperialista - Primeira Guerra Mundial - #02
No final do século XIX, ocorreram transformações importantes na economia capitalista. Para começar, a Segunda Revolução Industrial. As velhas máquinas a vapor nas fábricas de tecidos passaram a dar lugar às máquinas elétricas e aos motores a combustão. As indústrias mais importantes extraíam petróleo, fabricavam aço, máquinas, navios, produtos químicos e farmacêuticos. Importantes setores da economia começaram a ser dominados por empresas gigantescas, os monopólios . Nqs EUA, por exemplo, em 1900 os trustes (monopólios) controlavam 81% da indústria química (ou seja, as empresas menores fabricavam, juntas, 19% do total de produtos químicos do país). A companhia norte- americana GE e as alemãs AEG e Siemens dividiam praticamente apenas entre elas o mercado mundial de produtos elétricos, como fios, lâmpadas e motores. (Você não precisa decorar esses nomes e números, claro. Eles estão aí só para você compreender melhor as coisas.)
Os monopólios capitalistas cresceram tanto, ficaram tão gigantescos que não conseguiam se contentar com o próprio mercado nacional. Um monopólio inglês, por exemplo, não podia permanecer comprando e vendendo apenas dentro da Inglaterra. Afinal, tinha se tornado uma empresa enorme e precisava mais do que seu país queria abraçar outras partes do mundo. Do mesmo jeito, os monopólios franceses também não podiam se contentar apenas com o mercado francês, nem os americanos só com o americano, e assim por diante. Esses monopólios haviam se tornado gigantes econômicos, com uma fome que nunca podia ser saciada. Quanto mais devoravam, mais fome tinham. E tinham fome de quê?
Os monopólios tinham fome de matérias-primas, de mão- de-obra barata e de mais mercados consumidores. Matérias- primas (minérios, algodão, cacau etc.) para que as fábricas as transformassem em produtos úteis (minérios em aço, ferramentas e máquinas; algodão
em tecidos; cacau em chocolate etc.). Mão- de-obra barata para empregar nas minas, fazendas e empresas: trabalho duro em troca de salários reduzidos e fabulosos lucros para os patrões donos dos monopólios capitalistas. O mercado consumidor, claro, devia crescer mais e mais para comprar uma produção que crescia sem parar.
E onde encontrar essas coisas? Ora, em outros países. Os monopólios precisavam investir capital em outras áreas do mundo, criar verdadeiros impérios econômicos pelo planeta. Foi assim que esses monopólios, apoiados pelos governos de seus países, começaram a lançar os tentáculos do polvo capitalista para abraçar outros países de economia mais frágil. Como você se lembra, o capitalismo monopolista tinha tudo a ver com uma nova etapa da história do capitalismo: o imperialismo.
O conceito de imperialismo foi criado por economistas ingleses e alemães no começo do século XX. Para eles, o imperialismo tinha duas características principais: investimento de capital no estrangeiro e domínio econômico sobre outros países.
Os países industrializados que já viviam o capitalismo monopolista correram para formar grandes impérios econômicos pelo mundo. França, Inglaterra, Alemanha,
Itália, Bélgica, Holanda, todos eles conquistaram colônias na África e na Ásia. Além disso, empresas européias e norte- americanas abriam filiais nos países independentes da América Latina. O Japão, que também começava a se tornar um país imperialista, avançou sobre países da Ásia.
Tudo isso, como acabamos de ver, para que os monopólios dos países imperialistas explorassem, em nações mais fracas, a matéria-prima, a mão-de-obra barata e o mercado consumidor.