A República da Espada - Resumo
A República da Espada - Resumo
No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca vestiu a farda em cima do pijama, montou em seu cavalo e atravessou a rua para proclamar a República. O imperador D. Pedro II foi
obrigado a abandonar o país. Agora, quem governava era o presidente do
Governo Provisório Republicano, ou seja, o próprio Deodoro.
Na capital do país, o Rio de Janeiro, a
maioria das pessoas assistiu "bestificada" àquilo tudo. No restante
do Brasil, mais ainda. O regime havia mudado de surpresa, com um golpe militar.
A população brasileira não tinha sido consultada a respeito.
Os dois primeiros
presidentes do Brasil eram militares: o marechal Deodoro da
Fonseca e o marechal Floriano Peixoto. Por
isso, esse período inicial da República já foi chamado de República da Espada.
Observe, amigo leitor, que o fato de o Brasil ter se tornado uma
república não fazia com que houvesse consenso (todos concordando) político no
país. Ou seja, as forças políticas ainda não tinham chegado a um acordo sobre
a natureza do novo regime. Era como se dissessem: "Muito bem, temos uma
república. Mas... e agora? Que tipo de república vai ser? Com democracia ou com
ditadura? Os militares terão muito poder ou quem deverá prevalecer
serão os políticos civis O poder central será forte, ou cada estado terá
bastante autonomia? Quem se destacará: o exército ou a marinha? Como deve ser a
nova Constituição? O que deve mudar no Brasil?".
Os positivistas sonhavam com a "ditadura
dos cientistas", e alguns militares sonhavam com a "ditadura
militar". Os fazendeiros paulistas adotavam o liberalismo político
inspirado no regime dos EUA e no darwinismo social , uma espécie de "cada um por si no
vale-tudo do mercado". Os republicanos radicais imaginavam que o novo
regime faria com o Brasil o que a revolução de 1789 tinha feito com a França:
iria estabelecer a liberdade e a igualdade, garantir os direitos dos cidadãos..
D. Pedro II e
proclamou a República em 1883 Mas os militares ficariam por pouco tempo no
governo. O poder seria mesmo dos cafeicultores. (Pintura de Benedito Calixto,
século XX.)
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Aí é
que estava o ponto. Em vez do debate, da troca de ideias e do consenso democrático,
as questões nacionais foram decididas autoritariamente. As opiniões vencedoras foram as dos que tiveram mais força para impor sua vontade. As
tropas foram mobilizadas, muita gente foi presa, jornais fechados, políticos
ameaçados, pessoas assassinadas. E, quando baixou a poeira, viu-se que o poder
estaria nas mãos dos grandes cafeicultores.