A República da Espada - Resumo


A República da Espada - Resumo


Ilustração de  revista (1903) art nouveau,
Ilustração de
revista (1903)
em estilo típico do começo
do século XX,
mostra a jovem
simbolizando a
República. Ela é
loura, mas tem
feições brasileiras.
Lembra a moça
que simboliza
a Revolução
Francesa de 1789.
No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca vestiu a farda em cima do pijama, montou em seu cavalo e atravessou a rua para proclamar a República. O imperador D. Pedro II foi obrigado a abandonar o país. Agora, quem governava era o presidente do Governo Provisório Republicano, ou seja, o próprio Deodoro.
Na capital do país, o Rio de Janeiro, a maioria das pessoas assistiu "bestificada" àquilo tudo. No restante do Brasil, mais ainda. O regime havia mudado de surpresa, com um golpe militar. A população brasileira não tinha sido consultada a respeito.
Os dois primeiros presidentes do Brasil eram militares: o marechal Deodoro da
Fonseca e o marechal Floriano Peixoto. Por isso, esse período inicial da República já foi chamado de República da Espada.
Observe, amigo leitor, que o fato de o Brasil ter se tornado uma república não fazia com que houvesse consenso (todos concordando) político no país. Ou seja, as forças políticas ainda não tinham chegado a um acordo sobre a natureza do novo regime. Era como se dissessem: "Muito bem, temos uma república. Mas... e agora? Que tipo de república vai ser? Com democracia ou com ditadura? Os militares terão muito poder ou quem deverá prevalecer serão os políticos civis  O poder central será forte, ou cada estado terá bastante autonomia? Quem se destacará: o exército ou a marinha? Como deve ser a nova Constituição? O que deve mudar no Brasil?".
Os positivistas sonhavam com a "ditadura dos cientistas", e alguns militares sonhavam com a "ditadura militar". Os fazendeiros paulistas adotavam o liberalismo político inspirado no regime dos EUA e no darwinismo social , uma espécie de "cada um por si no vale-tudo do mercado". Os republicanos radicais imaginavam que o novo regime faria com o Brasil o que a revolução de 1789 tinha feito com a França: iria estabelecer a liberdade e a igualdade, garantir os direitos dos cidadãos..
Independêcia ou Morte Benedito Calixto, século XX
D. Pedro II e proclamou a República em 1883 Mas os militares ficariam por pouco tempo no governo. O poder seria mesmo dos cafeicultores. (Pintura de Benedito Calixto, século XX.)
Todas essas questões eram muito importantes. Junto com elas, havia a pergunta mais decisiva: como alcançar o consenso — por meio de um acordo ou da imposição?
Aí é que estava o ponto. Em vez do debate, da troca de ideias e do consenso democrático, as questões nacionais foram decididas autoritariamente. As opiniões vencedoras foram as dos que tiveram mais força para impor sua vontade. As tropas foram mobilizadas, muita gente foi presa, jornais fechados, políticos ameaçados, pessoas assassinadas. E, quando baixou a poeira, viu-se que o poder estaria nas mãos dos grandes cafeicultores.

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