O café, os imigrantes, a industrialização - Brasil República - Resumo

O café, os imigrantes, a industrialização - Brasil República - Resumo

Nós vimos que logo no governo de Deodoro  o primeiro presidente, o ministro Rui Barbosa tentou estimular o
Estamparia Colombo
crescimento com
o  plano do Encilhamento. Mas acabou demitido  A partir daí, nenhum governo na República Velha deu apoio à indústria. Era até comum um ministro ou deputado fazer discurso defendendo a "vocação agrária do Brasil", como se a indústria fosse uma coisa estrangeira ruim para o Brasil. No fundo, os fazendeiros temiam que o apoio do governo à indústria diminuísse os recursos que poderiam ajudar os cafeicultores.
Apesar disso tudo, na República Velha começaram a surgir muitas indústrias. Preste atenção, porque essa é uma novidade importante na nossa história. Pela primeira vez,
o  número de fábricas no país começou a ser considerável. O Brasil não podia ser mais visto como um país apenas agrário, embora a agro exportação ainda representasse o setor mais destacado da economia nacional.
As indústrias eram de pequeno porte. Poucas tinham mais de 100 operários. O comum era mesmo uma fábrica pouco maior do que uma oficina, com cinco ou seis empregados.
Os estados que mais evoluíram industrialmente foram São Paulo e Rio de Janeiro. Como foi possível surgirem fábricas nesses dois estados?
O capital investido na indústria vinha do café. Em São Paulo, muitos fazendeiros do café investiam uma parte de seus lucros em outros negócios. Tornavam-se sócios de companhias ferroviárias, de bancos, empresas de comércio e, claro, fábricas. Por isso mesmo a indústria paulista pôde crescer tanto, já que São Paulo era o estado cafeicultor mais rico.
No estado do Rio de Janeiro e na capital, o  café já estava em decadência. Mas aquele passado de riqueza do café havia tornado a cidade do Rio de Janeiro a maior e mais rica do país. A capital do Brasil contava, no começo do século XX, com quase 1 milhão de habitantes. São Paulo chegava apenas a 100 mil moradores. É fácil ver que o Rio de Janeiro tinha riqueza e mercado consumidor suficientes para que se pudesse investir na indústria.
Alguns industriais eram imigrantes. Eles chegavam com algumas economias no bolso e abriam uma pequena indústria. Comtempo  essa indústria foi crescendo e eles puderam enriquecer. Foram nomes famosos como os italianos paulistas Matarazzo e Crespi.
Quem trabalhava nas fábricas? Filhos de escravos, descendentes de portugueses pobres e muitos imigrantes estrangeiros. Em São Paulo, dois terços dos operários eram de imigrantes italianos, espanhóis e portugueses  No Rio, quase a metade. Formavam uma nova classe social na nossa história, o proletariado.
Que tipo de indústrias proliferaram na época? Certamente não foram usinas de aço, fábricas de motores ou de automóveis. Essas indústrias exigiriam muito investimento de capital e conhecimento tecnológico. A burguesia industrial que estava nascendo no Brasil ainda não tinha recursos para. isso. Desse modo, a maioria das indústrias abertas era de bens de consumo: sabão, tecidos, comida enlatada  cerveja, sapatos, vidros, tijolos, porcelana  objetos de couro, queijo, roupas. A maioria, fabriquetas de fundo de quintal.



Uma economia 
ainda agrária

Na República Velha, as exportações giravam em torno do café e da borracha. O açúcar ainda
Camponeses pobres
 fazem farinha
, em foto de 1911.
 Note o barraco.
Assim moravam os pobres
tinha 
importância  embora muitos engenhos nordestinos estivessem em decadência. Também se produzia açúcar no Rio de Janeiro (norte fluminense) e em São Paulo.
O cacau se desenvolveu por causa da indústria de chocolates na Europa. As plantações se espalhavam pelo sul da Bahia, em torno de Ilhéus.
O Sul do Brasil exportava carne, couro e erva-mate. Porém, os estan­cieiros (criadores de gado) gaúchos estavam ficando nas mãos de gran­des empresas estrangeiras donas de frigoríficos. Muitas se instalaram na República Velha, controlando o mercado e comprando carne dos fazendeiros a preços muito baixos para depois revendê-la na Europa.

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