Os coronéis e voto de cabresto - Brasil República - Resumo
Os coronéis e voto de cabresto - Brasil República - Resumo
Em cada estado, os governadores também precisavam trocar
favores com os coronéis. (O coronel não era um militar). Esse era o apelido
comum para o latifundiário. Os coronéis tinham força política no âmbito
municipal. Ou seja, nas cidadezinhas do interior, mandavam no prefeito, no
padre, nos vereadores, no delegado, no juiz, nos comerciantes. Além disso,
controlavam a multidão de eleitores da cidadezinha e das áreas rurais por
perto. Quase todo mundo votava no candidato que eles indicavam. Era como se
tivessem um verdadeiro rebanho de pessoas que votavam servilmente, um
verdadeiro curral eleitoral.
Esse esquema de barganha presentinho versus voto é chamado
de clientelismo eleitoral. Os coronéis se utilizavam do clientelismo eleitoral
para dirigir o voto das pessoas. Era como se pusessem cabresto para guiar o
eleitor, do mesmo jeito que.
Bota-se cabresto para guiar o cavalo. Daí o nome voto de
cabresto.
Você captou direitinho como funcionavam as coisas? Vamos ver
um exemplo. Suponhamos que os coronéis de uma região no interior do Brasil
precisassem de uma ponte que ligasse suas propriedades a uma estrada importante.
Quem ergueria a ponte? Ponte custa caro, você sabe. E quem tinha dinheiro para
construí-la era o governo estadual. Mas o governo estadual só faria a obra em
troca de um favor dos coronéis: nas eleições, eles teriam de arrumar votos para
os candidatos indicados pelo governador. Os coronéis cumpriam a promessa
exatamente porque controlavam seu curral eleitoral. Essa troca de favores políticos
era típica da República Velha. Ela ia desde o presidente da República até o
mais humilde eleitor do sertão.